LITERATURA E MÚSICA


Profª Maria Aída Falcão Barroso

A professora Maria Aída iniciou o curso com o filme brasileiro, XXX que apresenta á história da música no Brasil. É bastante interessante ele, para estudiosos da música ou aquelas pessoas que desejam ganhar um conhecimento mais amplo sobre as fases da música no Brasil. 

Há depoimentos de músicos contemporâneos, estilo hip hop, falando de seus trabalhos em que levam a poesia e textos de autores eruditos para seus shows; os fãs cantam e declamam e muitas das vezes acreditando que são palavras e pensamentos de seus ídolos, mas ao final dão os devidos créditos porque o objetivo é levar a palavra clássica ou acadêmica para o público e jamais se apropriar de algo alheio.

    Para mim foi interessante conhecer um pouco dessa história que nunca havia visto ou pensado como um processo contínuo e em construção.

    Em seguida Maria Aída também nos transmitiu informações sobre a história da música desde a Grécia antiga passando pela Idade Média, a tranformação ocorrida a partir do século XVIII até chegar na atualidade brasileira.

    Logo na primeira aula já nos falou de melodia, harmonia, ritmo, definindo-os e nos auxiliando a perceber claramente cada uma dessas instâncias numa música. É difícil!

Material de estudo oferecido pela professora:

TERMINOLOGIA MUSICAL - RESUMO

Parâmetros do som:

Os sons têm, basicamente, quatro qualidades: altura, duração, intensidade e timbre. 

ALTURA é a capacidade que o som tem de ser mais grave ou agudo. Depende da frequência da onda sonora, medida em hertz. É o movimento de subida e descida dos sons que cria as melodias musicais. As chamadas ESCALAS possuem estreita relação com o parâmetro da altura.  

DURAÇÃO é a capacidade que o som tem de ser mais longo ou curto; é a seqüência de sons com durações diferentes que cria os diferentes ritmos musicais.

O parâmetro da duração se relaciona intimamente com o TEMPO. A duração de um som depende do tempo de vibração da fonte sonora, o que nos leva ao conceito de ressonância. Alguns sons possuem ressonância curta, outros, possuem ressonância longa. A música ocidental desenvolveu maneiras de grafar as durações, as chamadas figuras de duração, popularmente conhecidas como “notas musicais”: 

INTENSIDADE é a capacidade que o som tem de ser mais forte ou fraco.

Os sons de qualquer natureza podem se tornar insuportáveis quando emitidos em grande "volume", neste caso, o mais correto é dizerse que esse determinado som possui nível elevado de pressão sonora, ou elevada intensidade. A medida utilizada para a intensidade dos sons, ou o volume dos sons é o DECIBEL. 

TIMBRE é a qualidade de diferenciar instrumentos e vozes uns dos outros.

Em música, chamase timbre a característica sonora que nos permite distinguir se sons de mesma frequência foram produzidos por fontes sonoras conhecidas e que nos permite diferenciá-los. Quando ouvimos, por exemplo, uma nota tocada por um piano e a mesma nota (uma nota com a mesma altura – entendase frequência) produzida por um violino, podemos imediatamente identificar os dois sons como tendo a mesma frequência, mas com características sonoras muito distintas. O que nos permite diferenciar os dois sons é o timbre. De forma simplificada podemos considerar que o timbre é como a impressão digital sonora de um instrumento ou a qualidade de vibração vocal. O timbre é também conhecido como a “cor do som”, por causa de uma analogia com o espectro da luz, que pode ser fragmentado ao passar por um prisma. Isso porque a onda sonora pode ser desmembrada também em seus sons secundários, os chamados HARMÔNICOS.

 

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A MELODIA (do Grego μελδία - melōidía, "canção, canto, coral") é uma sucessão coerente de sons e silêncios, que se desenvolvem em uma sequência linear com identidade própria. É a voz principal que dá sentido a uma composição e encontra apoio musical na harmonia e no ritmo. Os sons da melodia possuem um sentido musical. A sucessão de sons arbitrários não se considera que produz melodia. Os sons que formam a melodia possuem quase sempre durações diferentes. Este jogo de durações diferentes é o RITMO.  O ritmo musical é um acontecimento sonoro, tenha ele altura definida ou não, que acontece numa certa regularidade temporal. É a variação da duração e acentuação de uma série de sons ou eventos. Na música ocidental, os ritmos estão em geral relacionados com uma fórmula de compasso e seu andamento, que implica uma métrica. O valor do pulso subjacente, chamada batida, é o tempo.

HARMONIA é a organização dos sons que são tocados simultaneamente de acordo com a escolha de uma ou mais escala. Suas unidades são os ACORDES.

TESSITURA refere-se ao conjunto de notas usadas por um determinado instrumento musical, com a qualidade necessária à sua execução. No caso da voz humana, refere-se ao conjunto de notas que um cantor consegue articular sem esforço de modo a que o timbre saia com a qualidade necessária. A tessitura tem, portanto, uma abrangência menor que a extensão. Enquanto que a EXTENSÃO representa todas as notas fisicamente realizáveis, a tessitura refere-se às notas mais frequentemente utilizáveis.

TEXTURA é a qualidade global do som de uma obra musical, mais freqüentemente definida pelo número de vozes na música e na relação entre essas vozes. Adicionalmente, a textura de uma peça pode ser descrita por termos tais como pesado e leve, ríspido ou suave. A textura percebida de uma obra pode ser afetada pelo caráter e o número das partes que são executadas em conjunto, o timbre dos instrumentos ou vozes executando essas partes e a harmonia, o andamento e o ritmo utilizados.

Típos de textura:

  • Monofônica - Uma só linha melódica sem acompanhamento

  • Polifônica - Duas ou mais linhas de voz independentes

  • Homofônica - Predominância de uma das vozes em relação às outras

A ACENTUAÇÃO, em música, constitui um dos elementos de expressão musical. Tal como se acontece na linguagem, onde certas frases, palavras ou sílabas devem ser ditas ou escritas de determinada maneira para expressar diferentes sentidos, na música determinadas notas na frase musical deverão ser acentuadas para conseguir efeitos particulares, segundo o disponha a obra. Basicamente trata-se de produzir alguns sons mais fortes que outros.

ARTICULAÇÃO, segundo o dicionário Houais, é “separar (grupos rítmicos ou melódicos) para tornar o discurso musical inteligível”.

EXPRESSÃO é o conjunto de todas as características de uma composição musical que podem variar de acordo com a interpretação. Em geral, a expressão engloba variações de andamento (cinética musical) e de intensidade (dinâmica musical), bem como a forma com que as notas são tocadas individualmente (acentuação) ou em conjunto (articulação ou fraseado).

 DINÂMICA é a variação de intensidade sonora, ou volume, ao longo da música. Em conjunto com as marcas de expressão inicial e com as variações de andamento, pode fornecer grande expressividade à música.

       Foram três aulas, sendo que em todas  aprendemos e fizemos análises de muitas músicas principalmente do repertório de Chico Buarque e Caetano Veloso que segundo Maria Aída, se soubermos analisar as obras desses dois autores, também somos capazes de analisar os demais músicos brasileiros.

É impossível fazer uma análise musical sem pesquisarmos o contexto histórico da mesma. Em que ano foi escrita? Qual era a realidade política, econômica, social, psicológica e financeira do momento de sua criação? Onde vivia o autor e por qual motivo residia alí? Sem essas informações básicas é impossível fazer uma análise musical séria e verdadeira.

     Muito interessante a música Pra quê mentir de Noel Rosa e Vadico, questionando a mulher que o traiu. Décadas à frente Caetano Veloso dá uma resposta a Noel concordando com ele no aspecto da mulher metir mas, segundo Caetano sendo essa uma característica bela da mulher que tudo sabe e vê, como desejar que ela não minta? Ó Noel?

Pra quê mentir?                                

                                                           Noel Rosa/Vadico

Pra que mentir se tu ainda não tens

Esse dom de saber iludir?

Pra quê?! Pra que mentir

Se não há necessidade de me trair?

Pra que mentir, se tu ainda não tens

A malícia de toda mulher?

Pra que mentir

Se eu sei que gostas de outro

Que te diz que não te quer?

Pra que mentir

Tanto assim

Se tu sabes que eu já sei

Que tu não gostas de mim?!

Se tu sabes que eu te quero

Apesar de ser traído

Pelo teu ódio sincero

Ou pelo teu amor fingido?!

Dom de iludir                                       

                                                             Caetano Veloso

Não me venha falar

Na malícia de toda mulher

Cada um sabe a dor

E a delícia

De ser o que é...

Não me olhe

Como se a polícia

Andasse atrás de mim

Cale a boca

E não cale na boca

Notícia ruim...

Você sabe explicar

Você sabe

Entender tudo bem

Você está

Você é

Você faz

Você quer

Você tem...

Você diz a verdade

A verdade é o seu dom

DE iludir

Como pode querer

Que a mulher

Vá viver sem mentir...

 

     Maria Aída indicou os filmes: Palavra encantada de Helena Solberg e Cartas para Julieta. Como referência bibliográfica indicou: História Social da música popular brasileira de José Ramos Tinhoso e Como usar a música na sala de aula de Martins Ferreira.


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    Author: maisafernandes   Version: 2.7   Last Edited By: maisafernandes   Modified: 27 Jan 2011