Textos verbais não literários


Depoimento

Texto A =

Falar mal, o caminho da exclusão

    Aceitar os erros de português, valorizando os usos e costumes orais, é justificável academicamente - e, no caso brasileiro, tornou-se uma questão da esfera politicamente correto desde que Luiz Inácio Lula da Silva virou presidente da República, sem deixar de tropeçar em concordâncias gramaticais.

    Pega mal - muito mal, aliás - abordar criticamente os deslizes primários de Lula na norma culta. Rebatem-se as críticas em considerações sobre o preconceito, falta de respeito com o "povo", insensibilidade social. O problema é que, para o cidadão comum, não existe anistia gramatical; o mercado profissional e o ambiente educacional não perdoam.

    Goste-se ou não, para prosperar num emprego, o indivíduo é obrigado a falar corretamente, pelo menos sem erros vexaminosos; é algo parecido com se vestir adequadamente. Já na seleção profissional, os entrevistadores medem o candidato pela capacidade de articulação e expressão. É o primeiro quesito eliminatório.

    (...)

    Não falar bem, escorregando em normas básicas, é uma defasagem aos olhos de quem emprega e de quem aprova nos testes escolares. É tão grave, na lógica do mercado, quanto não lidar com os códigos culturais e digitais contemporâneos. Faz parte do caminho da exclusão.

Gilberto Dimenstein, jornalista e membro do Conselho Editorial da Folha de São Paulo.


Texto B =

    "Ninguém fala errado, todo mundo fala o idioma usado em sua comunidade. Lula usava uma linguagem informal dependendo de seu público. E mudava esse nível quando falava para auditórios. Não vai haver mudança no ensino da língua com o Lula ou qualquer outro presidente, de maior ou menor bagagem intelectual. O Lula, se não atingiu esse conhecimento pela escolaridade, o fez pelo contato. Pode-se questionar o conteúdo do que ele fala, não a forma."

Evanildo Bechara, professor, membro da Academia Brasileira de Letras.

Texto C =

    "Lula já cometeu mais deslizes, ainda comete alguns, que professores também cometem. FHC, que usava um registro mais formal teria, então, influenciado crianças de Norte a Sul do país. Xuxa falava tudo com "X" - mães e educadores ficaram preocupados, mas não houve interfência nenhum. Não votei no Lula, não sou do PT, posso falar com tranquilidade. A linguagem é algo em constante transformação, não um apanhado de exemplos."

Maria Thereza Fraga Rocco, vice-diretora executiva da Fuvest e professora de português da USP.

TIMBRE

Em 23/07/2010

Memorando nº 1/D.A

Ao Sr. coordenador da Divisão de Seleção

Assunto: Desligamento de funcionário

Cumprindo determinação da presidência, comunicamos que doi desligado, hoje, desta Divisão, o digitador Mário Oliveira, posto à disposição da DS.

José Severo

Diretor

Biografia

Lygia Bojunga Nunes - Gaúcha, autora de diversos livros infanto-juvenis, muito premiada nacional e internacionalmente. Tem livros publicados em diversas línguas.

Outras obras: Os colegas, Angélica, A Bolsa Amarela. a casa da madrinha, Corda bamba, O Sofá estampado, entre outros. 

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    Author: maisafernandes   Version: 1.3   Last Edited By: maisafernandes   Modified: 26 Jan 2011